terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Chove

Cai a tarde sempre...
e hoje cai a chuva sem parar...
com ela se derrete a janela
Sempre rima com oquê?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Confesso


Em flagrante temor meus olhos se afastam

se escondem no espaço sideral dos teus...

mas não te assustes com esses olhos que olham sem ver,

é que através de ti vejo meus sonhos...


Toca com tuas mãos valentes

para matar a presença da morte.


Confesso que estou construindo

não sei o que, mas estou.

Construo com os simples gestos da tua boca

que tua voz supere o fim


Confesso que essa primavera

tem cheiro de terra molhada...


Cássia Hazel




sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Vende-se


Vendo meu maldito pensar que te vê,

vendo minha voz que te fala,

vendo meus beijos com desejo,

venderei cada caricia de minhas mãos...


Vende-se um corpo inquieto

com ânsias de amar

vendo minha metade

vendo meu sexo quente


Vendo meu coração

com chave e tudo...

esse pedaço de carne viva incompleto

Eu vendo!


Vendo minha alma para o Diabo

pois não sou mais que um cadáver andante...


Eu quero o fogo da destruição


Que se foda meu pensamento porque é teu

minha voz

meus desejos

minhas mãos

corpo

sexo

metade sanguinea e errante

Morra!


Cássia Hazel

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Carne Viva

A maior presença em minha vida,
é a ausência tua...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Árvore


E o acaso nos fez tornar mais estranhos...

Só guarda minhas lembranças embaixo


de teus olhos castanhos.

A negra noite cobre o céu cinzento

nos deixa mais uma vez,
no mesmo ponto que ontem nos esqueceu...

Implacável tempo.


Perece os momentos mortais

como aquela velha enraizada árvore

pela metade morrendo lentamente

como um coração partido que está inteiro.
Cássia Hazel

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Eco

Não diremos mais nada.
As portas estão fechadas.
Jogarei flores amarelas em tua cama
e beijarei o eco das suas mãos abertas
a doçura do mundo,
mundo que se esvai como um rio...
Cássia Hazel

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Mar negro



E teve sua origem, o amor.


No começo era medo e a ternura que não queria nascer tampouco dar frutos.


Mas o amor nasceu desse mar negro de teus olhos, um amor que tem voz de anjo negro,


tem cheiro de chuva e corpos úmidos,


um amor sem remédio nem salvação,


nem vida, nem morte


nem sequer uma doce agonia.





Um amor rodeado de jardins e luzes,


e de tudo que não se sabe, porque nunca se sabe


como chega o amor - e derepente em tuas mãos


essas terríveis mãos negras (como meu pensamento)


se entrelaçam em meu corpo suado - outra vez - medo.





Nosso suor brilha como pérolas,


continuam brilhando após os beijos,


e os milhões de beijos parecem o fogo,


cheiramos derrota e triunfo.





É a história do nosso amor com obscura origem,


veio como asas de águia e a águia não tinha olhos,


e nós não viamos nem a margem do rio


e nossa distância eram fronteiras de países


e tão breve como um sorriso sem luz


nesse momento ele me estendia a mão


e eu tocava sua pele cheia de graça,


me submergia em seus olhos em chamas


e respirava como uma árvore despedaçada,


queria gritar que não tinha coração para amá-lo,


apenas uma inquietude do tamanho do céu.





Mas eu via que tudo estava em seus olhos - outra vez o mar negro -


esse mal, essa perigosa bondade,


esse crime, esse profundo espírito que tudo sabe,


e que já soube que estou de amor até os ombros,


seus olhos já descobriram e o esplêndido de sua pele também,


já o sabem as fotografias e as ruas,


as palavras igualmente o sabem...


todos já sabem que sabem,


ele e eu o sabemos,


e que vamos morrer tentando romper


esse invisível mar negro de nossas ausências...

Cássia Hazel

sábado, 26 de setembro de 2009

De volta pra casa?!


Queria mesmo era voltar para o"meu" lar, mas enquanto não dá, volto pra casa.

onde sei aonde estão meus sapatos,

meus livros rabiscados,

meu velho pc velho usado,

meu filho brincando de ser herói...


Queria um lar assim,

em que as paredes fossem feitas de amor,

amor de verdade, não amor de mesquinharias...

e que chão e teto fossem feitos de respeito maciço,

as janelas de esperança,

as portas de alegria...


Esqueci da felicidade,

mas isso só encontraria dentro do próprio lar,

nos braços da família construída.


No sorriso do teu filho ao te ver chegar,

privilegio de poucos é chegar em casa e respirar

o ar da tranquilidade,

abraçar os que esperam por ti.


Hoje eu preciso te dizer

que uma casa se constrói nesses alicerces

pena não estarem a venda em qualquer vendinha...

Lar é luxo!

Não é carro, nem estrada,

nem muito menos balada.

Isso é pra você, meu caro pequeno capitalista

encontre-se agora com o cheiro de perfume suave

numa casa vazia,

corredores e ventania

Entre um click e outro,

olhe para o telefone e lembre de mim,

para relaxar diga ao amigo remoto sintonizar e assista o pânico,

mas que bobagem a minha, saia dessa migalha,

ligue o carro,

vá rumo ao bordel, corra!

porque o tempo voa,

ai que mundo invertido!


O verde das paredes dirão

Saudade!

Mas dessa vez não será do beijo perdido na infância,

nem do quase do passado,

será do ontem vivido,

amado e suado,

do real das minhas pernas entre as suas,

meus braços misturados em você,

do surreal de não saber exatamente aonde estamos nem como começamos,

quem é você... quem sou eu?
seres misturados?
isso é real ou surreal ...?

Esquece e deita, apaga a luz pra me ver,

deleite-se com minha mão imaginária sobre teu peito e o resto.
Dorme porque já é fim de mês,

vixi, as prestações estão aí!
(Que maravilha!!!)
Ah meu bem,
porque não vê mais além?
fundamental é mesmo o amor,
é impossível ser feliz sozinho...

Seria nefasto ou óbvio demais

mas queria um lar onde eu também pudesse morrer.

É isso mesmo,

quero esse luxo!
Cássia Hazel







terça-feira, 15 de setembro de 2009

Disco riscado

Me sinto meio assim, como um disco riscado
venerada por amores do passado...
passado não reconhece seu lugar,
uma canção solta no ar.

Cássia Hazel

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Inverso amor




É o fim do meu fim?


é o fim de nós...


mas e de mim?


O fim do amor acabou


só do amor pra mim,


Oh inverso amor,

ai de mim sem ti...
Cássia Hazel

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Amar ou venerar o amor?


Divago pelas letras, buscando algo "de efeito". Algo como uma bomba.

Que é o que define meus sentimentos.


O amor é um tema que me interessa.

Venero o amor. Amo-o venerávelmente.


Eis que o amor é um princípio e fim das coisas.

Ele também é sublime, delirante e total.


Então... Porque não vivenciá-lo? Em sua totalidade?

Porque obstaculos? Reservas? Porque?


Porque não ser livre?


O amor sabe de leis?


Eu quero amar, amar e amar... quero ser lembrada assim, pela irremediável sede e fome de amar. E nada, nada que é pouco me satisfaz.


E é surpreendente, para que fugir do amor, negar amor, evita-lo. Fazendo assim a vida mais amarga, se o amor é um sabor que se vai levar por toda a vida?

Se o amor mora em você noite e dia?

como uma silenciosa nostalgia?


Hoje só posso amar,

me amar porque só eu me entendo. Mas não deixarei de te amar também, você está em mim como a voz na garganta do cantor...


E se você pensa como um homem racional,

penso como uma mulher apenas.


Agora tenho que tomar uma decisão,

acho que me amar consumirá muito meu tempo.


Te agradeço, você me deixa a sós comigo,

eu e eu.

Dementemente me amo com loucura.

Essa loucura de tanto amar

nunca irá se curar....


Continuarei...







segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Amanheceu


Hoje Dia da Independência... amanheci entre meus livros, sim, meus amantes e eu.

E derepente tudo está tão claro que, a decepção

maldição futurista,

é contra os planos delineados meus.


Agora, posso ver

como este ser humano (eu)

se ilude ainda!

e das mais variadas maneiras.


Tão facilmente se convencem todos...


Mas, já não estarei atenta

ao som das palavras arrumadas,

embrulhadas e cuspidas.


Minha agonia neste instante,

abre paisagem à melancolia.

É um tédio, mas prefiro toddy

como dizia Cazuza.


Se bem que um wisky quente

faria milagres hoje

Me faria dormir como uma

candidata a cadáver.


Dormir e dormir...

A melhor das sortes.


Será?



sábado, 15 de agosto de 2009

Amor & Restos


Ficaram restos de papéis e de músicas

restos de umidade e suor

Ficaram sombras de olhares e meias palavras

restos do resto do teu plácido amor


Ficarão marcas, espaços vazios

da minha mão sobre a tua

restos de uma ida sem volta

que te levarão para a solidão das ruas


E para teu consolo e alivio

pousarão em tua arvore

passarinhos que cantarão restos de palavras

mal acabadas de minha boca


Pensarás que tudo

não passa de casualidade ou maldição

e depois, mas e depois?

o que falará para teu pobre coração?


Sabes... esses restos e sombras

escurecem tanto esses olhos teus

já tão negros de ausencias

que nem te encontro mais


Apenas vejo os tais restos

dançando no vento

lentamente se afastando e voltando

e você sorrindo com tuas mãos despindo

restos de mim...
Cássia Hazel




quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Volta


Retorna, volta, gira

como posso viver longe de ti?

Rosas, violetas, gardenias

vives eternamente em mim...


Uma flor a que possa chamar

de Legitimidade

suspiros de amar

inspiração insensata


E até o sangue que ferve

por meu corpo

conserva imaculado esse amor

mas isso pouco importa


Eu preciso é da tua volta

eis o motivo dos meus versos

traduzem o momento

a verdade e a nossa intimidade.


E se você voltar

faz minha vida florescer entre os sóis

me ama nas coisas mais simples

velho e certo amor...


Volta.

Gira

me abraça

lençóis

amarelos

voltas

Eternas...












domingo, 26 de julho de 2009

Vento azul


Lá vou eu, andar por velhos caminhos

O inverno vive um retrocesso

penso nos versos que tenho para escrever

e em você


E o vento tão azul de julho

traz o olor de flores colhidas

brinca gracioso e fugaz

desnuda meu ser


Mas se você pode calar

e me ver por dentro

é um reflexo como ontem

experimentamos outro sentimento


que forma parte de uma realidade

novamente...


Em cada beijo ou abraço supremo

te quero com mais razão

com todo o desdém que o amor

pode me vestir


Vento azul, aqui faz frio

meus versos tremem

é como se num bosque estivessem

buscando a saida...


Que é a mais alta,

daquele velho e bom caminho.



Cássia Hazel


domingo, 19 de julho de 2009

Paradoxo noturno

SERIA FELIZ SE PUDESSE DORMIR. ESTA OPINIÃO É D'ESTE MOMENTO, PORQUE NÃO DURMO. TENHO UMA INDIGESTÃO NA ALMA. (FERNANDO PESSOA)

Definitivamente não me entendo, passo dias querendo dormir e noites longes de minha cama, é um paradoxo. Porque meu relacionamento com o sono é tão dificil?

Passo a noite e penso no dia, um abutre bicolor não revelado voa em minha cabeça, ecoando com o passado funesto colorido que está de malas prontas pra partir... Num breve momento insano digo ao Sr.Abutre com todo o respeito: Olho com certa desconfiança seu zelo pela liberdade.

Ele, espantado por sua vez, fecha a janela quadrada de seu mundo quadrado.

Ao final da noite enfim, abro os olhos e desperto. Não desperto para uma nova vida, senão que olha-me bem, ainda sou a mesma e ao mesmo tempo tenho mais 13 personalidades.

Meu despertar... Ah meu despertar!
Mas é passageiro!

Notivaga Noturna.

Qual a idade do seu cérebro?

O meu deu 38 hehehe... refiz e deu 46, então parei por aí rsrsrs

Este joguinho japones é interessante, vale a pena conferir:
Clique no link:

http://flashfabrica.com/f_learning/brain/brain.html

E para iniciar o jogo em start.

Aguarde pelos: 3, 2, 1.

Memorize a posição dos numeros em seguida clique nos circulos correspondentes à ordem do menor para o maior, considerando o zero quando este aparecer.

No final do jogo, o sistema indicará a idade do seu cerebro.

Boa sorte!
bjO

sábado, 18 de julho de 2009

A Solidão

Só algo é capaz de separar dois corações, esse algo é a solidão.
Sabe quando estas com alguem e mesmo assim te sente só?

Será a solidão criada ou inventada por algum poeta? Um bruxo? Um presidiário? Um deus?

Há quem conviva bem com a solidão. Eu sou uma dessas pessoas, certamente.
Talvez alguém distante diga que sofro de vazio social ou que estou fora do meio.

Porém já experimentei sabores sentimentais amargos e doces e de todos o mais eterno
é essa agri-doce Solidão, e já convivi com pessoas de diferentes culturas... de tudo e todos o que permanece intacto é esse espaço que breve ou não volta a surgir, com nuances cada vez mais fortes como um café... un asabache.

Saboreio a presença da solidão, converso com ela, e se assemelha à Lua...
Solidão noturna...
Durante o dia Giro o sol só por pensar que de noite não voltarás...

A solidão é minha grande sorte! Ela é meu "meio" de liberdade...

Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.Clarice Lispector

Notívaga Solar