sábado, 9 de janeiro de 2010

Estranho...


Demorei muito a entender que a procura a nada leva

E que sou daquelas que descobre

Amo a surpresa e tudo que me revela



Estranho não ouvir mais o tum-tum-tum

nem o trim-trim-trim

Estranho perceber que a curva dos teus olhos

é um abismo oscuro e frio



Chegastes tão perto,

quem bom que nada vistes

teus olhos estão fechados

de tão abertos...






terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dança da Melancolia


Oh melancolia, tristeza pulsante e ausente

porque retornas?

Melancolia que jamais me deixa

permitas um encontro mais...


Debaixo da árvore da saudade...


Melhor do que isso

seria que me encontraras nas pequenas coisas

Num bule de chá

numa camisa velha

num céu sem dono

numa noite de versos derramados


A dança devora e me pari

a cada noite

versos me invadem com loucura

e lucidez


Essa melancolia me desnuda

arranca-me a pele

impossível e crua


Porque não atravessas os mistérios

de minhas ausências?

travessias de ilusão

fértil expressão


Vem

volta devagar

para o teu mar


Oh doce melancolia de amar...








terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Chove

Cai a tarde sempre...
e hoje cai a chuva sem parar...
com ela se derrete a janela
Sempre rima com oquê?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Confesso


Em flagrante temor meus olhos se afastam

se escondem no espaço sideral dos teus...

mas não te assustes com esses olhos que olham sem ver,

é que através de ti vejo meus sonhos...


Toca com tuas mãos valentes

para matar a presença da morte.


Confesso que estou construindo

não sei o que, mas estou.

Construo com os simples gestos da tua boca

que tua voz supere o fim


Confesso que essa primavera

tem cheiro de terra molhada...


Cássia Hazel




sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Vende-se


Vendo meu maldito pensar que te vê,

vendo minha voz que te fala,

vendo meus beijos com desejo,

venderei cada caricia de minhas mãos...


Vende-se um corpo inquieto

com ânsias de amar

vendo minha metade

vendo meu sexo quente


Vendo meu coração

com chave e tudo...

esse pedaço de carne viva incompleto

Eu vendo!


Vendo minha alma para o Diabo

pois não sou mais que um cadáver andante...


Eu quero o fogo da destruição


Que se foda meu pensamento porque é teu

minha voz

meus desejos

minhas mãos

corpo

sexo

metade sanguinea e errante

Morra!


Cássia Hazel

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Carne Viva

A maior presença em minha vida,
é a ausência tua...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Árvore


E o acaso nos fez tornar mais estranhos...

Só guarda minhas lembranças embaixo


de teus olhos castanhos.

A negra noite cobre o céu cinzento

nos deixa mais uma vez,
no mesmo ponto que ontem nos esqueceu...

Implacável tempo.


Perece os momentos mortais

como aquela velha enraizada árvore

pela metade morrendo lentamente

como um coração partido que está inteiro.
Cássia Hazel